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"- Olha, moço. O que é ensinado eu não sei. Sei que deveriam ensinar as crianças a aprender a aprender. Quem aprende a aprender descobre sempre o lado mais gostoso da vida. Quem aprende a aprender aprende a bondade e o amor, porque bondade e amor são coisas que se aprende, como também se aprende a "reiva", a preocupação e os preconceitos. As pessoas não nascem boas ou ruins, educadas ou malcriadas. As pessoas são sempre aquilo que aprendem e qualquer um pode aprender. Mas, do mesmo jeito que todos podemos aprender, podemos também desaprender. Desaprender as preocupações, o ódio, a vingança e até o desespero.

Aprender a aprender, moço, é uma das mais gostosas coisas da vida e, cada vez que a gente aprende alguma coisa, fica sendo maior do que já é. Quem aprende a aprender pode um dia ficar uma pessoa enorme. Enorme de conhecimento e, por isso, cheia de amor, de experiência, de bondade e de tudo quanto é útil."

(Do Livro: Sala de aula / Celso Antunes.
ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. pagina 09.)



segunda-feira, 18 de agosto de 2008

MEMÓRIA E TIPOS DE MEMÓRIA - FILOSOFIA


MEMÓRIA E TIPOS DE MEMÓRIA - FILOSOFIA
INTRODUÇÃO
Nesse contexto, parece haver grandes vantagens conceituais em aproximar essas abordagens. Postula-se aqui que a associação conceitual envolvendo memória que, considerando a familiaridade de pessoas, possíveis efeitos de treinamento sobre o desempenho ou mesmo explicar a influência da motivação.
O sistema nervoso, em seu processo histórico de interação inicial com o ambiente, reage não apenas a estímulos, mas também às contingências espaciais e temporais entre os estímulos, e também destes com suas respostas, num processo de aprendizagem que leva a modificações no seu funcionamento, caracterizando alterações "de-baixo-para-cima". Com o acúmulo desses registros sobre ocorrências anteriores - memórias no sentido amplo da palavra - e a identificação de regularidades na ocorrência desses eventos, o sistema nervoso passa a gerar previsões (probabilísticas) sobre o ambiente. Então, passa a agir antecipatoriamente e a selecionar as informações que serão processadas - um processo de "cima-para-baixo" - o que confere grande vantagem adaptativa. Uma das conseqüências desse processo é o desenvolvimento de intencionalidade; ou seja, como resultados almejados podem ser previstos com base em registros sobre regularidades passadas, o sistema nervoso pode gerar ações que levem aos resultados desejados E atuar no sentido de selecionar determinados tipos de informação para processamento adicional, isto é, direcionar sua atenção.
MEMÓRIA-A memória é a capacidade de reter, recuperar, armazenar e evocar informações disponíveis, seja internamente, no cérebro (memória humana), seja externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial). A memória humana focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental e deteriora-se com a idade. É um processo que conecta pedaços de memória e conhecimentos a fim de gerar novas idéias, ajudando a tomar decisões diárias.
Os psicólogos e neurologistas distinguem memória declarativa de memória não-declarativa (ou memória procedural). Grosso modo, a memória declarativa armazena o saber que algo se deu, e a memória não-declarativa o como isto se deu. De maneira geral, tendem a ocupar-se da memória declarativa, enquanto neurobiólogos tendem a se ocupar da memória procedural.
A memória é a segunda grande função do cérebro e sem dúvida tem que estar correlacionada com o desenvolvimento do cérebro. A teoria cognitiva desta capacidade intelectual não foi tão desenvolvida como a da inteligência até ao momento, talvez se deva à complexidade e tipos de memória existentes, Um exemplo da referida complexidade e variabilidade pode ser a linguagem, já que no mesmo interacionam diferentes tipos de inteligência, de memória que se sustentam tanto em diferenças fisiológicas como funcionais do cérebro.A análise realizada sobre a memória apresenta-se nos seguintes pontos principais:
Reflexões sobre como melhorar a memória
Análise funcional da memória humana nos processos cognitivos conscientes. Memórias especiais como a lingüística.
Tipos de memória pela sua perspectiva temporal: curto, médio e longo prazo e tipos de memória pela sua persistência temporal e pela sua fiabilidade.
Gestão da informação por parte da inteligência como gestor do conhecimento ou memória propriamente dita. Mecanismos inconscientes de compreensão, degradação e reconstrução da informação e mecanismos de otimização consciente.
A interação entre a capacidade cognitiva de armazenar a informação e a capacidade cognitiva de gestão do referido armazém produzirá efeitos de complementaridade entre ambas as capacidades intelectuais relativas à memória total.
Conseqüentemente, a investigação empírica da teoria cognitiva e da neurociência sobre a eficácia global no manejo da informação e a possível natureza genética da memória e da linguagem será bastante mais complicada que o da inteligência inclusivamente se dispusesse de métodos de avaliação precisos da potência da memória ou da linguagem.
A Teoria Cognitiva Global trata sobre as conseqüências da Teoria Global da Evolução Condicionada da Vida, de 1992, sobre a filosofia da meta-cognição. Analisam os sistemas de informação, a teoria do conhecimento e a psicologia do conhecimento em relação à neurociência e à fisiologia do cérebro na cultura moderna. Independentemente de outros possíveis pontos de vista, para a Teoria Cognitiva Global não existe diferença entre os termos cérebro e mente, o que não significa que se negue a liberdade intrínseca à Vida.No cabeçalho do índice figuram os enlaces relacionados nos quais se incluem os quatro livros digitais ou livros online grátis em que se dividiu a exposição da Teoria Cognitiva Global: o cérebro e os computadores, a inteligência e a criatividade, a memória e, por último, a vontade, os processos de tomada de decisões e a inteligência artificial. Também se citam nos enlaces relacionados com a própria Teoria Cognitiva Global o relativo à citada Teoria Global da Evolução Condicionada da Vida, cuja base última é a mesma, por abordarem as duas teorias o tema central da inteligência, os seus mecanismos, origens e evolução a partir de distintas perspectivas. O apartado dos enlaces selecionados corresponde ao Estudo IDI sobre a análise estatística do inteligente desenho da inteligência com base nos dados longitudinais de quocientes de inteligência de família (pai, mãe, filhos, irmãos normais e gêmeos) existentes graças ao Young Adult Study, 1939-1967. No referido estudo investigam-se empiricamente importantes considerações da Teoria Cognitiva Global relativa à evolução e ao cérebro.
Convêm assinalar que o Estudo IDI demonstra claramente, seguindo o método científico, os seguintes aspectos:
O caráter hereditário da inteligência relacional (r² até 0,99), a significatividade do cromossoma de menor potencial intelectual e funcionalidades importantes da diferenciação sexual de acordo com o apontado pela TGECV e a TCG que se deriva da mesma.
O desenvolvimento do potencial intelectual encontra-se limitado pelo potencial menor dos dois potenciais herdados quando existe a condição de verificação (caso particular da inteligência condicional). Ou seja, o potencial intelectual necessita das duas fontes de informação genética recebida dos progenitores para se expressar e, por outro lado, encontra-se limitado por ambos.
Como se não bastasse, com a cautela que o tema merece, demonstra-se cientificamente a existência de uma evolução finalista ou teleológica de acordo com o apontado pela TGECV – Teoria Geral da Evolução Condicionada da Vida.
A dedução lógica é a necessidade de efetuar estudos mais extensos aplicando a mesma metodologia, dado que os resultados atuais sugerem uma mudança tão radical das posturas mantidas no presente pela maior parte da comunidade científica e da sociedade que bem poderia considerar-se uma mudança de paradigma.
TIPOS DE MEMÓRIASEm seguida apresentam-se várias classificações ou tipos de memória em função de critérios diferentes. Sabe-se que a memória tem diversos graus de retenção temporal da informação. Dados que a nossa memória nos proporciona, desaparecem com o passar do tempo. Outra informação custa-nos mais a localizar na nossa memória e não é tão exata como era antes. Outra, não só não é exata como também podemos notar que, na verdade, estamos a reconstruir a informação a partir de uns poucos dados, etc.
Vejamos cada uma destas classificações e os seus tipos de memória com maior detalhe:
PROCESSO CONGNATIVO CONSCIENTE
Memória instantânea: Estará composta por toda a informação que é acessível em tempo real, imediatamente. Ainda que possa parecer o contrário, esta memória é muito grande, nela encontra-se toda a informação que utilizamos constantemente na nossa vida diária, vejamos alguns dos seus tipos de memória ou componentes principais:
ü A informação normal como onde está situadas as coisas, tarefas pendentes, rotinas, etc.
ü Os preconceitos, que conformam uma parte do nosso caráter ou personalidade.
ü Os programas de respostas automáticas que se carregam num curto período de tempo quando acordamos. A memória lingüística e outras especiais também formariam parte desta memória instantânea quando se ativaram.
Programas de resposta automática especiais como conduzir ou o correspondente a situações de perigo, que se carregarão quando se considere que se vão utilizar.
ü A memória de trabalho associada ao funcionamento da lógica ou inteligência. Esta é muito reduzida e o seu funcionamento ótimo implica a utilização de 3 ou 4 variáveis simultaneamente, quando pensamos num conceito e efetuamos operações lógicas com mais de 5 variáveis custa-nos muito tempo avançar.
ü A memória auxiliar de trabalho, que corresponderia a todas as variáveis que estão disponíveis para situar-se na memória de trabalho operativa citada no parágrafo anterior. A esta categoria pertenceria toda a informação que sabemos sobre o tema em que estamos a trabalhar.
Esta configuração, pelo seu automatismo, permite a realização simultânea de diversas tarefas; poder-se-ia assimilar o consciente humano com o interface do computador e os inconsciente com programas residentes na memória instantânea. Portanto, quanto mais se automatizem os processos cerebrais ou os programas de computador, mais livre ficará o consciente humano ou a interface com o programa será mais simples e intuitivo.
Memória especializada: Nesta categoria podemos incluir os tipos de memória especiais por se carregarem automaticamente na memória instantânea e, ao mesmo tempo, fazer parte da memória a longo prazo, mas sem se encontrar tão comprimida como esta, e por ter os seus próprios sistemas multidimensionais de referência.
Memória lingüística, certa memória visual, o arquivo dos preconceitos e programas pré-estabelecidos de respostas rápidas como as emoções, seriam exemplos típicos de memórias especializadas.
Eu diria que as emoções não se recordam diretamente mas sim que se sentem diretamente. O que se pode fazer é recordar que se teve tal emoção e reproduzi-la mediante a recordação dos fatores originais. Isso sim, é muito possível que não se produzam os mesmos sentimentos.
PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA
Memória a curto prazo: Nesta memória encontra-se toda a informação que se tratou desde a última vez que se fez o trabalho de manutenção ou limpeza do sistema, ou seja, desde a última vez que se dormiu o tempo suficiente para realizar o referido trabalho। O grau de conservação ou estado da informação dependerá do tempo mencionado e, claro, da capacidade fisiológica ou genética de cada indivíduo।
Esta memória alimentar-se-á principalmente da informação que tenha passado pela memória auxiliar de trabalho, tanto proveniente da memória a médio e longo prazo como da experiência e raciocínio do tempo mencionado mais acima.
Por evolução histórica, o tempo em que esta memória é mais eficaz corresponde a 16 horas aproximadamente, reservando 8 horas diárias para as sua manutenção. Seguramente, não todo o tempo em que se está a dormir se utiliza a limpar a memória a curto prazo, também se dedicará uma parte importante na passagem de informação da memória a médio prazo para a memória a longo prazo, para dizê-lo de forma simplificada, e outras funções de manutenção de caráter diverso. Há sistemas de limpeza da memória a curto prazo muito recomendáveis e sistemas muito desaconselháveis. Apenas assinalar que os primeiros não serão fáceis de conseguir se temos elementos na memória a curto prazo que geram tensões e pedem a atenção de um indivíduo. Em relação aos segundos, assinalar, como exemplo, os efeitos da ingestão abusiva de álcool, que por sua vez nos podem dar uma idéia dos efeitos de uma ingestão não abusiva mas sim contraproducente, de forma especial para a informação contida nesta memória.
Memória a médio prazo: Uma forma de otimizar a informação contida na memória a curto prazo será manter a informação o mais ordenada possível e isso nos levará, seguramente, a tomar muitos dados que não podemos ordenar no momento mas que se armazenam para tratá-los e ordená-los posteriormente, eliminando os duplicados e gravando-os definitivamente por referência a dados ou conceitos semelhantes, poupando desta forma grande quantidade de capacidade de memória ou de arquivo de dados.É muito provável que no futuro os computadores estejam sempre a funcionar, seja executando os programas pedidos ou reorganizando-se. Já se podem citar bastantes exemplos reais de programas que se podem executar automaticamente: desfragmentação e manutenção do disco duro, limpeza do registro do Windows, procuram e descarga de notícias ou qualquer tipo de programas, compressão de informação, antivírus, etc.
A expressão de memória a médio prazo é vital mas não reflete com precisão a natureza do seu conteúdo. Nesta memória encontrar-se-á a informação que se retém durante bastante tempo. Mas este tempo será maior na medida em que a informação seja mais relacional e contenha menos de dados concretos. Ou seja, se a informação se pode obter não só diretamente, mas sim a sua relação com outra informação também gravada na memória.
Neste sentido, independentemente de que certos dados de gravação na memória no seu estado original, como a data de nascimento de uma pessoa próxima, a memória a médio prazo tende a ser mais fixa na medida em que os dados se vão transformando em conceitos e estes se definem sobre a base de um sistema de referência multidimensional. Com o passar do tempo, só irão ficando os conceitos na forma indicada, visto que os dados normalmente deixam de ser vitais ou passaram a fazer parte da memória instantânea e as relações memorizadas tenderão a incorporar-se ao sistema multidimensional citado; no caso de ser necessário criar-se-ia uma dimensão mais do sistema. Todos estes processos não estão isentos de erros, os mecanismos que são bons na maioria dos casos, podem tornar-se totalmente inadequados para alguns deles. Uma das circunstâncias que mais me preocupam produz-se quando um fato ou uma idéia se repete muitas vezes ao longo de certo tempo; e de forma especial quando se aparece ou se propõe como uma hipótese que se desenvolve de diversas formas. De acordo com os mecanismos normais, no cérebro ir-se-á gravando o referido fato ou idéia em capas cada vez mais profundas da nossa memória.
Posteriormente, quando a nossa memória aceda a esta informação terá uma grande tendência a interpretar a referida informação como própria e já assumida por se encontrar numa capa profunda. O erro pode ser importante, uma idéia alheia está a suplantar o nosso verdadeiro conhecimento ou sentimento!
Chama-se lavagem cerebral e, por exemplo, é possível que ocorra quando se lê um livro que repete muitas vezes a mesma idéia. O cérebro, por ser bastante mais rápido que os olhos quando lê, tem tempo de memorizar a idéia ou levá-la a uma capa mais profunda. Claro, este efeito depende das idéias e dos indivíduos.
Memória a longo prazo: Esta expressão é mais acertada do que a anterior uma vez que implica claramente o longo prazo, mas também necessita de algumas precisões em relação à sua natureza. Se a memória a médio prazo se vai configurando como um sistema multidimensional, a memória a longo prazo é formada, independentemente da famosa data de aniversário, por um sistema exclusivamente multidimensional no qual existem menos dimensões do que no anterior, e estas são a base do caráter essencial de uma pessoa e não dos seus conhecimentos. Refiro-me ao que comumente se denomina princípios personalizados dos gerais, como justiça, igualdade, liberdade, respeito, educação, benefício da dúvida, etc.
Os conhecimentos ou conceitos encontrar-se-ão ordenados nas capas mais profundas da memória a médio prazo, o que é a mesma coisa, nas capas mais superficiais da memória a longo prazo.
Um efeito curioso que se dá no crescimento e desenvolvimento da personalidade, é a necessidade de adaptar estes princípios em maior ou menor medida. Obviamente, o inconsciente não gosta da idéia, uma vez que mudar estes princípios supõe, nalguma medida, reconhecer certos erros nos mesmos, e um grande trabalho visto que toda a memória restante se verá modificada e necessitará de se reajustar. Seguramente serão etapas nas que a pessoa dormirá mais do que estava acostumada. No seguimento da questão, esta visão é coerente com o fato de dormir menos segundo avança a idade, em condições normais.
Memória vital: Aqui, não me refiro à memória visual ou emocional, mas sim a um tipo muito especial de memória, de caráter visual-emocional, que se vê em forma de filme de cinema ultra-rápido em momentos em que uma pessoa pensa que existe uma possibilidade certa de morrer em questão de segundos. O conteúdo varia com as pessoas, mas costuma tender a ser uma seqüência de imagens emotivas por ordem cronológica e de caráter muito simbólico.
Outro tipo de memória super especial e super persistente poderia ser a memória genética, que conteria toda a informação genética a transmitir aos descendentes.
Memória humana:O gestor da memória, a inteligência, utiliza abundantes métodos e processos para classificar, organizar e racionalizar a informação contida na memória
DOENÇAS RELACIONADAS A MEMÓRIA
Amnésia: é a perda parcial ou total da capacidade de reter e evocar informações। Qualquer processo que prejudique a formação de uma memória a curto prazo ou a sua fixação em memória a longo prazo pode resultar em amnésia।
As amnésias podem ser classificadas em amnésia orgânica causada por distúrbios no funcionamento das células nervosas, através de alterações químicas, traumatismos ou transformações degenerativas que interferem nos processos associativos acarretando uma diminuição na capacidade de registrar e reter informações, ou amnésia psicogênica resultante de fatores psicológicos que inibem a recordação de certos fatos ou experiências vividas. Em linhas gerais, a amnésia psicogênica atua para reprimir da consciência experiências que causam sofrimento, deixando a memória para informações neutras intacta. Neste caso, pode-se afirmar que a pessoa decide inconscientemente esquecer o que a fazer sofrer ou reviver um sofrimento. Em casos severos, quando as lembranças são intoleráveis, o indivíduo pode vivenciar a perda da memória tanto de fatos passados quanto da sua própria identidade.
As amnésias podem ainda ser divididas em termos cronológicos, em amnésia retrógrada e amnésia anterógrada. A amnésia retrógrada é a incapacidade de recordar os acontecimentos ocorridos antes do surgimento do problema, enquanto a amnésia anterógrada é à incapacidade de armazenar novas informações a longo prazo .
A depressão é a causa mais comum, porém a menos grave. Denomina-se depressão uma doença psiquiátrica, que inclui perda do ânimo e tristeza profunda superior ao mal causado pelas circunstâncias da vida.
Doença de Alzheimer: Uma porção significativa da população acima dos 50 anos sofre de alguma forma de demência. A mais comum é a doença de Alzheimer ou Mal de Alzheimer, na qual predomina a perda gradativa da memória, pois ocorrem lesões inicialmente nas áreas cerebrais responsáveis pela memória declarativa, seguidas de outras partes do cérebro.
A doença de Parkinson, nos estágios mais severos, o alcoolismo grave, uso abusivo da cocaína ou de outras drogas, lesões vasculares do cérebro (derrames), o traumatismo craniano repetido e outras doenças mais raras também causam quadros de perda de memória.
A memória e o olfato: As memórias que incluem lembrança de odores têm tendência para serem mais intensas e emocionalmente mais fortes. Um odor que tenha sido encontrado só uma vez na vida pode ficar associado a uma única experiência e então a sua memória pode ser evocada automaticamente quando voltamos a reencontrar esse odor. E a primeira associação feita com um odor parece interferir com a formação de associações subsequentes (existe uma interferência proactiva). É o caso da aversão a um tipo de comida. A aversão pode ter sido causada por um mal estar que ocorreu num determinado momento apenas por coincidência, nada tendo a ver com o odor em si; e, no entanto, será muito difícil que ela não volte sempre a aparecer no futuro associada a esse odor
CONCLUSÃO
Concluímos este trabalho com o objetivo de compreendermos de modo geral, sobre memória e seus tipos etc...
Sendo assim foi destacado diferentes situações para melhor entendermos como funciona. Acreditamos que com isto adquirimos mais conhecimentos e foi bastante proveitoso.

BIBLOGRAFIA
http://www.molwick.com/pt/memoria/index.html#top
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mem%C3%B3ria

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GESTÃO DE PESSOAS - PROJETO DE VIDA

Gesão De Pessoas, Projeto De Vida E Carreira

Por: Wagner Campos

Recentemente me solicitaram algumas dicas sobre Gestão de Pessoas, Projeto de Vida e Carreira. Após uma breve explanação, citei algumas frases encontradas em meus artigos, que contém tudo que possa agregar conhecimento e informações sobre estes temas.

São elas:

1.
Organize-se. Defina prioridades. Mantenha o foco em suas metas e atividades mais relevantes.

2. Antes de dar o primeiro passo, é necessário definir o que se deseja fazer, em quanto tempo, como, a partir de quando e até quando. Trace os objetivos, metas e desejos. Faça um planejamento de seu projeto de vida e das estratégias que adotará para atingi-los. E caso em algum momento algo esteja em desacordo com o proposto, qual será sua estratégia de correção?

3. O tempo não volta. Erros são comuns, mas devem ser minimizados e utilizados como referência positiva para um aprendizado profissional. Não desista quando enfrentar as primeiras dificuldades, quando ouvir muitos "não" ou se demorar a encontrar as oportunidades desejadas.

4. Dê feed backs, valorize sua equipe, reconheça os esforços, as vitórias, os empenhos, as iniciativas e principalmente, valorize o ser humano que possui sentimentos, família, desejos e metas pessoais.

5. Diferencie-se e seja exclusivo. Ser um profissional é mais que apenas ter uma atividade profissional. É fazer com que a cada dia sejam geradas novas oportunidades de ampliar seu crescimento e apresentar criatividade em fazer novo o que é tradicional.

6. Faça que seu trabalho seja realmente o seu trabalho preferido. Se você acreditava que "a grama do vizinho era mais verde" passe a confiar que seu jardim é mais fértil. Plante todas as metas pessoais de crescimento e regue com as informações que deseja. No momento adequado você poderá colher os frutos saborosos que foram germinados por seu conhecimento e adubados por sua determinação.

7. Devemos aceitar que alguns erros sempre ocorrerão. Mas esses erros fazem parte do aprendizado. Caímos várias vezes antes de aprendermos a andar. Trocamos várias palavras antes de aprendermos a falar perfeitamente. A insistência e determinação em aprendermos, juntamente com o interesse e apoio de terceiros é que nos auxiliaram a aprender a andar e falar. Assim funciona em nossa vida profissional. Cometemos vários erros, mas desde que estejamos dispostos a aprender com eles e principalmente aprender a evitá-los, nos diferenciaremos mantendo uma constante capacitação profissional.

8. É necessário ser mais proativo e menos reativo, ou seja, dar o passo adiante sozinho em vez de ficar aguardando um empurrão que te leva para frente, mas pode te derrubar.


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* WAGNER CAMPOS é Especialista em Marketing e Palestrante Motivacional em Vendas e Liderança. É Professor de MBA em Marketing e Vendas. Contribuiu com empresas como Ambev, Unibanco, Whirlpool Eletrodomésticos e Sebrae. É autor do Livro "Vencendo Dia a Dia". Contato para Palestras, Consultoria e Treinamentos F: (19) 3444.9599 - 3038.0678 - wagner@trueconsultoria.com.br - falecom@wagnercampos.com.br.
 

Perfil do Autor

Wagner Campos é Especialista em Marketing e Palestrante em Vendas, Motivação e Liderança. É de MBA em Marketing e Vendas, Consultor de Empresas e Diretor da True Consultoria. Contribuiu para empresas de vários segmentos como Ambev, Unibanco, Whirlpool Eletrodomésticos e Sebrae. É autor do Livro \\\"Vencendo Dia a Dia\\\". Contato para palestras e treinamentos: wagner@trueconsultoria.com.br - www.trueconsultoria.com.br

(Artigonal SC #801781)

Fonte do Artigo - http://www.artigonal.com/administracao-artigos/gesao-de-pessoas-projeto-de-vida-e-carreira-801781.html

Ética Na Sociedade Atual: Um Mal-Estar Da Cultura

Por: Suzana J. de Oliveira Carmo

Trabalho elaborado em agosto/2009.

E-mail: suzanajoakin@hotmail.com   

  

                    Notadamente, a Ética de nossos dias possui um conceito de difícil apreensão, não só em razão de sua generalidade expositiva, mas, e principalmente, em função de sua abstração. Como argumento envolto pela subjetividade humana, é articulável, capaz de ceder a interesses escusos e se permitir a uma instrumentalidade serviente, ditada por valores vulneráveis e corruptíveis quando surpreendidos pela instantaneidade das circunstâncias, num apego apaixonado mais aos fatos que as convicções.

                    Todavia, se considerada como um ingrediente ou elemento do caráter, não podemos ignorar o perfil psicológico deste conjunto de traços particulares do indivíduo, sendo vetor ou motivação que o faz expressar-se de forma reiterada, habitual e peculiar, exteriorizando não só seu temperamento, natureza ou índole, mas também expondo o resultado deste processo de exposição e submissão à socialização. Portanto, caráter é aquilo que intrinsecamente impõe determinadas tendências de ação, sujeito apenas a um censor abstrato: “ética pessoal”, capaz de demarcar a circunscrição e limites de sua conduta dentro de uma ensimesmada concepção moral do mundo que o cerca. Daí porque, sob este aspecto, a Ética se mostra desviante, e apresenta-se como uma postura social ou conduta “démodé, já obsoleta pela calidez do desuso.

                    Contudo, apesar da abstenção prática, parece-nos impossível desassociar a Ética da integridade e inteireza do comportamento humano, do mesmo modo que é impossível ignorá-la como exigência “máxime” dentro do contexto e expectativas da vida social.

                    Longe da pretensão de tecer um Tratado da Ética contemporânea, a finalidade que aqui se impõe é a de conhecer, descrever e, quiçá, compreender em que momento da vida civilizada ela surgiu mais evidente e, no contraponto, ao remontar sua historicidade, descobrir em qual momento da evolução humana houve esta ruptura entre o oportuno e o necessário. Nossa intenção é pontuar o desvio existente nesta trajetória, momento em que a Ética deixou de ser elementar e deslocou-se definitivamente da inerência do caráter comportamental, para habitar a facultatividade costumeira da cultura.

                    Como móvel condutor do agir humano, a Ética poderia ser entendida como parte presente na natureza do homem, o que lhe concede peculiar complexidade. Portanto, centralizá-la no núcleo de uma ou, participante de algumas das ciências sociais torna-se tarefa árdua. Contudo, esta complexidade não inibe nossa tentativa de trazê-la à observação. Vários são os segmentos científicos que abrigam a Ética, porém, nenhum deles a absorve por completo.

                    E, sempre que trabalhamos com princípios sistemáticos de qualquer uma das ciências humanas existentes, deparamos com a oportuna afirmativa de Lévi Strauss (1975, p. 215), aquela que salienta a confusão científica entre observador e objeto observado: “Numa ciência, onde o observador é da mesma natureza que o objeto, o observador, ele mesmo, é uma parte de sua observação”. Neste sentido, ao tratarmos da Ética, em verdade, estamos pondo em análise a liberdade do homem como ser único, possuidor de uma igualdade substancial com os demais e, ao mesmo passo, diferenciado de todos os outros por seu espírito exclusivo. Daí porque, torna-se relevante conhecer a aplicação prática não só de seus instintos, mas também, de sua vontade, escolhas e empreendimentos.

                    Cabendo lembrar Dilthey (1994, p.137), quando descreve a ética como uma aptidão desenvolvida, uma exteriorização modelar da vontade individual que se propaga para fora do indivíduo, alcançando de maneira igual toda sua comunidade:

 

 “A vontade cai então no conceito geral do costume. Como tal, entendemos qualquer forma de agir que através da exercitação chegou a ser idêntica e permanente. Pode dominar o indivíduo no seu agir. Se numa sociedade valem deveres comuns surge o “uso”. O uso se converte em costume enquanto atuar como regra ou norma na comunidade”.

                    Da mesma forma que Dilthey, verificamos na eticidade uma propensão ao pacto social, ou ainda, ao consenso geral da sociedade. Portanto, sua racionalização ou contextualização varia de sociedade para sociedade, por estar condicionada as volições predominantes no período, e, por relacionar-se com o “status” desenvolvido pelo segmento sócio-cultural em análise.

                    Neste ponto, surgem-nos duas premissas dignas de serem trazidas ao debate: Seria a Ética uma conduta atinente à natureza humana? Ou seria o resultado de um processo de humanização sócio-cultural? Decerto, qualquer que seja a resposta alcançada, a sociedade não pode prescindir de qualquer delas. Ou seja, reconhecer como vulneráveis e indomináveis os caracteres da natureza humana é uma evidência, tanto quanto a aceitação de existência de um condicionamento, ou melhor, um adestramento cultural imposto ao indivíduo, sem o qual seria impossível a vida em sociedade.

                     E novamente nos é oportuno citar Dilthey (1994, p. 131): “Não existem juízos éticos e mandamentos da consciência ativos em todo momento. Os instintos, as relações de causas constantes com os sentimentos, as propriedade superiores da vontade atuam junto no nível cultural”.

                     Há que se destacar que o ‘ético’ se correlaciona diretamente com a evolução humana, razão pela qual, reflete significação denotativa e conceitos substancialmente distintos em diferentes épocas. Tal compreensão nos leva a considerar que, o homem de atitudes éticas irrepreensíveis alcançou psicologicamente um estágio superior no domínio de sua vontade individualizada, o que cada vez mais o distancia de sua natureza instintiva (animal), isto porque, se torna capaz de conciliar sua percepção do mundo com aquela tida pelo grupo do qual participa e, com o seu pensar, sentir e comportar-se adequado, se solidariza com sua sociedade na organização da realidade, na eleição dos melhores interesses coletivos, tanto quanto, assume obrigações morais que visam contribuir na solução dos problemas da vida comum.

                     De pronto, surge a primeira assertiva no bojo desta análise, a de que o valor ético do “agir humano” reside unicamente na intenção do agente. Estabelece-se e se transmite nas sociedades humanas através de um mundo comum de sentidos e valores. Noutras palavras, a atitude ética só existe no mundo dos fatos, quando por liberalidade pessoal o indivíduo se abstém da inclinação de considerar com primazia seus próprios interesses.

                    Aqui poderíamos assinalar o “Bem”[1] expresso por Kant e o “Belo”[2] descrito por Peirce, onde ambos traduzem-se na natureza do bem comum. Assim como o princípio da felicidade definido na doutrina do ‘Utilitarismo’ defendida por John Stuart Mill, em que a ética possui uma espécie de força normativa, e que o fim último do agir humano, e o máximo bem do indivíduo devem coincidir com os dos demais membros da sociedade, criando uma identidade de interesses. E, o valor da ação de cada um, será sempre avaliado pelas vantagens que foi capaz de trazer ou pelas conseqüências advindas de sua concretização. Mill afirma através de sua fundamentação argumentativa que não existe moral, valores ou princípios absolutos. De modo que, a relativa invariabilidade tão-somente revela haver um ajustamento na conduta, ao do ponto do indivíduo  encontrar um modo de justificar suas escolhas de acordo com um critério geral de moralidade, que em meio à ordem coletiva e o contexto comportamental, ganha a semântica da ética.

                    Neste contexto, a Ética vem ser mais que um comportamento moralmente aceito; porque há implicitamente a exigência de uma autenticidade  vinculante e disposta por uma tríade lógica: móvel [3], finalidade e ação.

                    É certo que, a liberdade de ação ou omissão é limitada, em prol e em nome da política de sustentação da ordem pública, onde todo fazer e não fazer está subjugado às prescrições comportamentais preestabelecidas, e que dão um sentido objetivo aos atos de vontade. Obviamente, o Direito como fundamento da vida social, e elemento estrutural sobre o qual se edifica o Estado, nos permite tão-somente o reconhecimento do lícito e ilícito, das permissões e proibições sociais. Contudo, o fato do Direito Positivo impor aos homens indistintamente um conjunto de Leis, Normas e Regras, não subtrai a certeza de que tanto o Estado quando a sociedade subsiste ante a ausência da Ética.

                    Segundo Hans Kelsen, a “Justiça Jurídica”, não coincide com o Direito, haja vista que em sua Teoria Pura do Direito defendeu a tese de que há dentro do universo jurídico dois pólos distintos: o “ser” e o “dever ser”. Sendo que a distinção entre eles é unicamente de ordem política, onde qualquer tendência a identificar o direito com a justiça visa unicamente justificar uma dada ordem social. Kelsen coloca o Direito aquém e além  influência de qualquer critério Ético ou Moral, bem como, o aparta da influência de qualquer outra ciência, separa com racionalidade o mundo factual (ser) e o prescrito nas normas (dever ser). E o faz com acerto, posto que, a “Justiça Jurídica” esculpe aos indivíduos um modelo geral de conduta, em tese fundado em uma igualdade moral, ou, uma discriminação positiva, onde “dar a cada um aquilo que é seu”[4], evitar prejuízos e conter privilégios, dá ao Direito uma inclinação política, o que consideravelmente o distancia do chamado juízo da realidade e ideal ético.

                    Resta claro que, o universo dos valores éticos, assim como a moral, a honestidade, a dignidade, a lealdade pertencem ao “dever ser”, bastando considerar que a ética é a versão exteriorizada da moral, pois, a moral é de índole interna - "evito fazer" - não fazer algo, em face de um temor reverencial, temor este, na maioria das vezes, de cunho religioso; enquanto a ética de índole externa - "faço" - fazer algo -  como resposta de ajuste do comportamento, como demonstração da transição do instintivo ao social. Posto que, a sociedade prescreve os comportamentos esperados, assim como também alça correspondentes expectativas para que o “agir social” revele a assimilação das crenças, sentimentos, atitudes e valores aceitos e comuns na comunidade da qual o indivíduo participa, há neste contexto uma espécie de associação entre a posição social e o comportamento esperado.

                    Desta forma, obviamente, é o Contrato Social proposto pela doutrina de Jean Jacques Rousseau (2000, p.23):

“Considerando como são os homens, e as leis como podem ser, tento investigar se na ordem civil pode haver alguma regra de administração legítima e segura; terei o máximo cuidado em unir o que o interesse prescreve ao que o direito permite [...]”.

                    E, com isto Rousseau coloca o fundamento da vida social sobre base contratual, em que cada um dos contratantes condiciona parcela de sua liberdade em empenho ao bem comum; bem cujo valor é reconhecido pela maioria. O que impõe ao indivíduo contratante obrigações éticas, talvez, a dita "Boa fé Objetiva". Lembrando que, na ordem do Direito Civil, a boa fé objetiva do contratante é aquela que expõe um imperativo ético, uma norma que condiciona e legitima toda a experiência jurídica e social. E, segundo Miguel Reale (2003):

"Desse ponto de vista, podemos afirmar que  a boa-fé objetiva se qualifica como normativa de comportamento leal. A boa-fé objetiva, assim entendida como noção sinônima de ‘honestidade pública’...”.

                    Não menos importante se faz à incursão feita por Celso Castro (1993, p.14):

“A ciência é positiva, isto é, junge-se ao experimental, o observável empírico, relegando a valoração a priori, aceitando o axiológico apenas como expressão fenomênica configurada”.  

                  Neste liame, estamos certos de que o Direito e a Justiça Ética não guardam similitudes, tampouco, são ciências necessariamente complementares. De posse da mesma realidade, e diante dos mesmos fatos, o Direito exerce através do Juízo Legal a função de pacificador de conflitos; ao passo que a Justiça Ética exige antecedente à formação do juízo, uma contemplação com impessoalidade, é a dita imparcialidade ética, aquela que desloca o sujeito da ação e gestor das perspectivas valorativas conflitantes, para fora da circunstância avaliada. Ele passa a ocupar uma abstrata posição externa de afastamento, o que permite ignorar com total isenção: ‘quem é ele e quem são os outros’, e só assim seu julgamento alcança a independência fundamental dos vícios e apegos que corrompem seu espírito.

                    Assim, da mesma maneira que cada tribo, clã ou povo possui suas próprias crenças e costumes paralelos aos valores universais e absolutos, a cultura relativisa o conteúdo do agrupamento social de forma significativa, e, sendo a cultura um esforço contínuo para se desenvolver através do cultivo do espírito e valoração da inteligência. Podemos, por isto afirmar que, nem toda sociedade civilizada é culta, e ainda, que uma sociedade só aceita formas culturais que do ponto de vista de seus membros, sejam aptas a solucionar os problemas que enfrentam.

                    Conquanto, onde e quanto a cultura coincide com humanização do indivíduo, esta sempre lhe impõe determinadas variações quanto ao critério de valoração atribuída às pessoas, objetos e sentimentos.

                    Com palavras apropriadas Risieri Frondizi (1972, p. 14-15), mostra-nos que a valoração é variável não só pela percepção subjetiva do sujeito em face ao objeto, é variável também ante o grau do valor que possui cada objeto na vida do sujeito que procede a sua avaliação. E com muita propriedade, explica-nos: “Convém distinguir, desde já, entre valores e bens. Os bens equivalem às coisas valiosas, isto é, as coisas mais o valor que a elas se incorporaram” (tradução nossa). Sendo inegavelmente válida a afirmativa de Rafael Mantovani: “O cognoscível é obtido através da interpretação, logo, tudo não é senão um ponto de vista”.

                    Notemos que, como parte integrante de um cenário social, vivenciado num dado tempo e local, a Ética oscila, podendo sua presença ser notada em maior ou menor grau e proporção, podendo, inclusive, não encontrar seu espaço existencial dentro dos parâmetros estabelecidos como válidos na vida de um determinado grupo. Noutras palavras, a percepção ética não é só variável, é também distinta, cedendo sempre aos critérios pré-existentes, eleitos pela cultura.

                     Por este prisma, a Ética se afasta cada vez mais daquilo que possa ser descrito como uma “performance” da natureza humana, pondo seu foco cada vez mais próximo daquilo que poderia ser nomeado, a priori, como comprometimento político-social e sujeição cultural. Seria uma tolice desconsiderar o cunho político que paira sobre a Ética, posto que, em sua dimensão existencial órbita uma multiplicidade de interesses pessoais do sujeito da ação e, estes mesmos interesses ensejam suprir necessidades pessoais através dos poderes dispostos na sociedade.

                    Isto nos impulsiona a dispensar à Ética uma reflexão minuciosa quanto a proporção dos valores existentes, bem como, aos critérios valorativos que se expressam na vida prática da comunidade humana. Porém, não devemos desconsiderar que, ainda que os valores e seus conceitos alcancem unanimidade entre os indivíduos, não significa dizer que sua valoração atributiva seja a mesma para todos eles.

                     Desta maneira, devemos nos afastar cada vez mais da equivocada concepção de que a Ética possa vir a ter uma estreita relação com o sobrenatural, ou com a moral religiosa, onde as más ações cedem ou cessam ante as promessas de castigo ou perdão, ou, então, onde todo e qualquer conflito resulta de uma luta interna do bem contra o mal. Pois, desta forma, estaríamos relegando toda uma complexidade aos moldes de uma “verdade” demasiadamente simplista.

                    Talvez, neste ponto, haja a exigência de uma observação mais dedicada, para que possamos enxergar a Ética como é, um elemento medievo, que não habita nenhuma das zonas demarcadas pelas contradições, e sob este aspecto, estaria totalmente isenta de qualquer tendência ou pré-disposição, se apresentando como uma atitude harmônica em prol do ideal comum.

                    Concluímos, certos de que, embora esboce nuances característicos da Ciência Política, naquilo em que o anseio do ideal social se faz através do comprometimento com o pacto firmado entre cada indivíduo e o Estado. Em verdade, a Ética localiza-se como parte indissociável da Lógica Deôntica[5], que, embora seja um segmento das ciências exatas, comporta em si a Estética, e esta, por sua vez, da ênfase a expressão teleólogica do belo universal e aos  valores que transcendem. Portanto, a Ética desejada encontra-se centrada nas disposições da sociedade, na conduta prática de cada uma de suas unidades individuais, no agir que contribui para edificar no mesmo tempo/espaço o bem comum. 

      

 

NOTAS CONVERTIDAS:

[1] Segundo Jaime Moniz, In E. Kant e a Ética do Dever - Introdução à filosofia moral de Kant: “[...] O valor moral de uma ação reside na intenção. Daí que seja importante distinguir moralidade de legalidade. Se a moralidade caracteriza as ações realizadas por dever, a legalidade caracteriza as ações que estão em conformidade com o dever, mas que podem muito bem ter sido realizadas com fins egoístas.”

[2] De acordo com Alexandre Rocha da Silva – “O Belo, o Admirável, suas Estéticas e um Impeachment” - RASTROS revista virtual do núcleo de estudos em comunicação – “[...] Charles Sanders Peirce denominou admirável, ou seja, para o que não pode ser negado, para a qualidade enquanto tal, em sua pureza, primeiridade capaz de orientar a ação da ética e as determinações lógicas. Caberia à estética o estudo desse admirável na busca da razoabilidade concreta.”

[3] O móvel corresponde àquilo que suscita a vontade do agente (intenção). E nesta ordem, intencional é tudo o que se orienta para um determinado fim ou objeto qualquer. A análise da intenção nos permite avaliar o conteúdo ético do agente e o valor moral de suas ações. Assim, enquanto o motivo se apresenta embasado por considerações e fatores que impulsionam o agir, o móvel permanece intrínseco; fundamentando a intenção que norteia a ação como um todo.

[4] É uma das três máximas do Direito Romano, nas palavras do clássico jurisconsulto romano, Domício Ulpiano (~ 170 – 224):  “honeste vivere, neminem laedere, suum cuique tribuere”, ou seja, viver honestamente, não lesar a ninguém e dar a cada um aquilo que é seu.

[5] O nome Deôntica vem do grego para dever. É a Ciência Lógica uma linguagem que se aproxima do ideal de perfeição através de três bases correspondentes entre si: cognição, valor e prescrição. E, como tal, a Lógica Deôntica traz em si um conceito perfeito, que segundo Kant,  todo ser racional deve considerar-se como legislador universal por todas as máximas da sua vontade para, deste ponto de vista, se julgar a si mesmo e às suas ações, leva a um outro conceito muito fecundo que lhe anda aderente e que é o de um Reino dos Fins. Esta lógica, na definição de Georg Henrik von Wright, expressa-se como a  “lógica abarca noções como a de “atuar” e “abster-se (de atuar)” .

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

CASTRO, Celso A. Pinheiro. “Sociologia do Direito”, 3ª Ed., São Paulo: Atlas, 1993. p.14).

DILTHEY, Wilhelm. “Sistema da Ética”. Trad. Edson Bini, São Paulo: Ícone, 1994 – (Col. Fundamentos de Direito).      

FRONDIZI, Risieri.¿Qué son los valores? Introducción a la axiología. 3ª ed., México: Fondo de Cultura Económica-FCE, 1972. p.14-15.

LÉVI-STRAUSS, C. “Aula Inaugural”. In Alba Zaluar (org.). Desvendando Máscaras Sociais. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975. p. 215.

REALE, Miguel. In A  Boa-fé no Código Civil”, 2003, acessado em agosto/2009: http://www.miguelreale.com.br/artigos/boafe.htm

ROUSSEAU, Jean-Jacques. “Do Contrato Social”, Tradução: Pietro Nassetti, São Paulo: Martin Claret, 2000.

 

 

Perfil do Autor

Funcionária Pública do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Especialista em Direito Constitucional pela Escola Superior de Direito Constitucional - ESDC/SP; em Direito Processual Civil pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo -PUC/SP., e pós-graduada em Semiótica Psicanalítica - Clínica da Cultura, também pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo -PUC/SP. E-mail: suzanajoakin@hotmail.com

(Artigonal SC #1104086)

Fonte do Artigo - http://www.artigonal.com/doutrina-artigos/etica-na-sociedade-atual-um-mal-estar-da-cultura-1104086.html